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ARLA 32: Qualidade é fundamental!

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No último artigo falamos sobre as perspectivas de expansão de mercado para o ARLA 32, bem como o surgimento de novos veículos que utilizam este produto para tratar suas emissões de poluentes. Confira aqui.

Agora, vamos ver a importância do controle da qualidade para a produção e venda do ARLA 32.

ARLA 32 é uma mistura de 32,5% de ureia tecnicamente pura (vem daí o 32 do seu nome) com 67,5% de água desmineralizada (isenta de minerais). O produto não é inflamável e não é tóxico, mas para cumprir seu propósito, que é o de reduzir os níveis de poluentes oriundos da combustão dos motores a diesel, é vital que o produto seja fabricado com insumos que atendam as especificações da norma ISO 22241, Partes 1 a 4. Além disso, desde a sua produção até a revenda, o ARLA 32 pode ser facilmente contaminado se não manipulado e armazenado corretamente, o que exige cuidados durante todos os estágios desse processo.

Insumos segundo especificações:

Os Sistemas SCR são sensíveis às potenciais contaminações e impurezas químicas do ARLA 32 e de suas matérias-primas, a ureia e a água. Vamos então nos concentrar nesses insumos:

  • Ureia tecnicamente pura: Segundo a norma ISO 22241-1, item 3.2, esta ureia é “produzida industrialmente somente com traços de biureto, amônia e água, isento de aldeídos ou outras substâncias, tal como agente antiglomerante e isento de contaminantes, tais como enxofre e seus compostos, cloreto, nitrato e outros compostos”.

    Comentário: Sendo assim, a ureia comum usada como fertilizante não poderá ser utilizada na produção do ARLA 32, nem mesmo se utilizada em mistura (blend) com ureia automotiva, já que, uma vez que seus níveis desses componentes são bastante altos, o ARLA resultante da formulação não passará no processo de certificação e danificará o sistema SCR dos veículos;

  • Água desmineralizada: Água isenta de minerais, produzida, por exemplo, por destilação simples, por deionização, por ultrafiltragem ou por osmose reversa (Baseado na definição do grau de água 3 da ISO 3696).

    Comentário: O uso de água comum ou mineral na produção do ARLA 32 traz níveis de minerais contaminantes muito acima da especificação, também resultando em um produto que será reprovado nos ensaios laboratoriais para sua certificação e em danos indesejáveis nos veículos da sua frota ou de seus clientes.

Além dos cuidados com suas matérias-primas, toda a produção, manuseio e armazenamento do ARLA 32 deve seguir os requisitos da legislação vigente, para garantir que o produto que chega ao veículo realmente diminua as emissões e não acabe por causar danos ao sistema SCR. Poderemos abordar esse tema em um novo artigo, mas é importante que os pontos de revenda, os gestores de frota e o próprio motorista solicite ao fabricante ou distribuidor do ARLA 32 informações sobre quais cuidados são levados em consideração para garantir que um produto de qualidade chegue até eles.

O Custo da Má Qualidade

O uso de ARLA 32 em desconformidade com a legislação (ou a falta de sua utilização, por meio de uso de chips inibidores) eleva o nível de emissão de NOx dos motores diesel em até 5 vezes, o que configura crime ambiental.  Além disso, a presença de impurezas provenientes de ureia ou água inadequadas provoca a formação de depósitos nos injetores e nos catalisadores do veículo, o que impede o funcionamento correto do SCR, chegando a causar danos irreversíveis e necessidade de substituição do mesmo.

ARLA 32 de má qualidade é responsável por formação de depósitos que causam danos ao SCR.

 

Inimigo Silencioso… e Caro para o Bolso!

A princípio, o uso de ARLA 32 de má qualidade dificilmente será notado pelo motorista, mas no médio-longo prazo o veículo pode apresentar sintomas de mau funcionamento que vão desde o aumento do consumo de combustível, passando pela perda de desempenho (perda de torque) e aumento dos níveis de emissões ocasionando o acendimento da LIM (Lâmpada Indicadora de Mau funcionamento) no seu painel, de forma a orientar o motorista que há necessidade de reparos.

A LIM – Lâmpada Indicadora de Mau funcionamento, informa ao motorista que há necessidade de reparos no veículo.

O problema é que nesse ponto já pode ser tarde demais: Em valores atuais, o custo da troca de um sistema catalisador SCR por uso de produto impróprio supera 20 mil reais, equivalendo a 3-4 anos de consumo de produto.  Realmente a má qualidade é um inimigo silencioso e às vezes fatal.

Garantindo o bom funcionamento do veículo

A fim de evitar o uso de ARLA 32 fora das especificações e garantir sempre o bom funcionamento do veículo, o motorista e os gestores de frotas podem seguir as seguintes dicas no ato da compra do produto:

  • Exigir sempre a certificação e o registro do produto no Inmetro;
  • Verificar se o produto está sendo transportado ou armazenado em tanques de material compatível com o ARLA 32, como tanques de aço inoxidável 304 (S30400) ou de polietileno e polipropileno isentos de aditivos;
  • Verificar se a estrutura de abastecimento está limpa, livre de sujidades que possam vir a contaminar o produto (Lembrando que o Inmetro definiu que para revenda a Granel o contentor do produto no ponto de revenda deve ter capacidade superior a 3.000L, o que nos mostra que IBCs de 1000L, comuns em postos de combustíveis, não atendem a norma);
  • Por fim, estranhe preços baixos demais. A ureia tecnicamente pura, também chamada de ureia automotiva, devido a seu processamento industrial, possui preço bem superior à da ureia comum, usada como fertilizante. Assim produtos com preços muito atrativos ou abaixo do mercado podem estar usando em sua composição ureia fora das especificações exigidas na norma ISO 22241. Pode ser aquela velha história do barato que sai caro.

Em resumo, é bom sempre estar atento à qualidade do ARLA 32 que você usa para abastecer seu veículo ou frota. O produto é sensível a contaminantes e deve seguir as especificações constantes na norma ISO 22241 e na Portaria Inmetro Nº 213/2021 para que cumpra o seu papel como redutor de emissões veiculares e não cause danos ao SCR dos veículos.

Certificação Compulsória

Devido aos riscos ao meio ambiente que um ARLA 32 de má qualidade pode causar, o Inmetro estipulou certificação compulsória, ou obrigatória, para o produto. A BRICS Certificações está acreditada para conduzir o processo de certificação e conceder aos fabricantes o Selo de Identificação da Conformidade. Saiba mais aqui!

No nosso próximo artigo sobre ARLA 32, iremos falar mais sobre esse processo de Certificação e tirar as principais dúvidas dos solicitantes dessa certificação.

Até a próxima!

Faustino Júnior – LinkedIn: faustinojunior | Instagram: @admfaustinojunior
Administrador de Empresas, Consultor Sênior na Merkato Consultoria, Auditor Líder ISO 9001/22000. Especialista em ARLA 32, desenvolve projetos de ARLA 32 para empresas em todo o Brasil.

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